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resultantes destes efeitos incluem instabilidade na disponibilidade de alimentos,
nutrição, preços e ameaças à subsistência dos agroempreendedores.
É assim importante que os agroempreendedores assumam uma abordagem agrícola
inteligente em termos de clima para se adaptarem aos desafios das alterações
climáticas por práticas agrícolas concretas sustentáveis, conforme os três níveis
seguintes: (i) produtividade (através do aumento sustentável da produtividade
agrícola e dos rendimentos das culturas, gado e peixe sem ter um impacte negativo
no ambiente); (ii) adaptação (através do aumento da capacidade de adaptação
e prosperidade dos agroempreendedores face aos choques ambientais, protegendo
simultaneamente o ecossistema) e; (iii) mitigação (através da redução e/ou
anulação das emissões de GEE).
Questões para reflexão:
Quão conscientes estão os agroempreendedores dos impactes negativos e da
extrema vulnerabilidade às alterações climáticas das zonas rurais?
De que forma podem implementar e cumprir práticas mais sustentáveis,
considerando uma abordagem de custo-benefício?
De que forma estão dispostos a adotar uma abordagem de agricultura inteligente
em termos climáticos para as suas empresas?
2. Opções políticas sobre agricultura e economia rural com
baixas emissões de carbono
As zonas rurais e a agricultura têm um papel fundamental a desempenhar no
desenvolvimento de uma economia sustentável [10]. Existem várias políticas
internacionais e europeias para uma economia rural com baixas emissões de carbono
que podem enquadrar o desenvolvimento de agroempreendedores e das suas próprias
estratégias empresariais sustentáveis.
Ao nível internacional, as Nações Unidas adotaram a Agenda para o Desenvolvimento
Sustentável de 2030 em setembro de 2015, que compreende um conjunto de 17
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), um apelo urgente e universal à ação
para alcançar um desenvolvimento sustentável para todos [3] [19]. Desde então, os ODS
têm vindo a moldar políticas, programas e financiamento internacional, europeu,
nacional e local, sendo a agricultura o único setor transversal aos 17 ODS [18] [17].
Emoldurados pelos ODS, os países podem assumir um conjunto de 20 ações interligadas
apresentadas pela ONUAA para ajudar os seus agroempreendedores a assumirem
práticas agrícolas sustentáveis [18]. Estas ações correspondem a várias áreas políticas,
que podem ser implementadas ao nível nacional, regional e local para capacitar as
empresas agrícolas a utilizar os recursos de forma sustentável por novas cadeias de
valor, modelos de negócio e competências [10].
Das 20 ações interligadas da ONUAA baseadas nos 17 ODS, as 10 seguintes relacionam-
se com a contribuição do setor para uma economia com baixas emissões de carbono
[18]:
- incentivar a diversificação da produção e do rendimento, ou seja, diversificar as
culturas para criar resistência às alterações climáticas e catástrofes naturais,
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