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- produtividade reduzida, cronologia de produção alterada, disponibilidade limitada
de terras e aumento da pressão sobre recursos limitados (solo, água e ar):
perturbações num ciclo agrícola tornam frequentes devido a inundações, secas ou
frio extremo, dependendo da localização das áreas agrícolas. As culturas são
reduzidas e a estabilidade da colheita é comprometida - uma vez que diferentes
culturas têm respostas diferentes às alterações climáticas -, com declínios de
produção a longo prazo, forçando os insumos químicos a compensar as perdas
devidas a pragas, ervas daninhas e doenças. Além disso, a gestão intensiva da terra
também contribui para a degradação do solo, da água e do ar. Espera-se, assim,
que as atuais áreas agrícolas se tornem impróprias para culturas, o que, combinado
com temperaturas e condições meteorológicas extremas, força os
agroempreendedores a deslocarem-se e a procurarem novas terras aráveis;
- ameaça à subsistência dos agroempreendedores, à segurança alimentar e
diminuição da nutrição: os impactes resultantes dos efeitos biológicos das alterações
climáticas nas culturas incluem a instabilidade na disponibilidade de alimentos,
nutrição e preços. Em primeiro lugar, os países podem identificar diversas formas de
abordar estes problemas e, em segundo lugar, enfrentam o seu próprio processo de
adaptação, que pode resultar em soluções desproporcionais em todo o mundo. A
agricultura pode ser totalmente abandonada se os custos de produção, forem
demasiado elevados como, por exemplo os investimentos adicionais em mão-de-
obra e equipamento. Os impactes adicionais incluem, ao nível global, o aumento
dos preços dos produtos agrícolas devido ao declínio das culturas e à limitada
disponibilidade de terras e a má nutrição, ou seja, a diminuição do número de
calorias disponíveis, particularmente nas crianças, tais como uma queda substancial
no consumo de carne e cereais, ameaçando o acesso e a segurança alimentar
global.
Estima-se que estes desafios persistam e espera-se que os agroempreendedores tomem
mais iniciativas, identificando soluções sustentáveis a longo prazo no que diz respeito ao
mercado, política, ciência e tecnologia e gestão de terras que preparem o futuro
enquanto lidam com questões atuais [14].
Os agroempreendedores podem enfrentar os desafios das alterações climáticas através
de práticas de agricultura inteligente (AI), uma abordagem integrada para transformar
e reorientar o desenvolvimento agrícola - terras de cultivo, gado, florestas e pescas - sob
as novas realidades interligadas da segurança alimentar e da aceleração das
alterações climáticas [4] [20].
A definição mais utilizada é dada pela Organização das Nações Unidas para a
Alimentação e Agricultura (ONUAA), que define uma AI como “agricultura que
aumenta de forma sustentável a produtividade, aumenta a resiliência (adaptação),
reduz/remova os GEE (mitigação) sempre que possível e aumenta a realização dos
objetivos nacionais de segurança alimentar e desenvolvimento” [16]. Baseada nos
conhecimentos, tecnologias e princípios da agricultura sustentável existentes, a AI tem
um enfoque explícito na abordagem das alterações climáticas, considera as sinergias e
trade-offs entre produtividade, adaptação e mitigação e visa captar novas
oportunidades de financiamento para colmatar a lacuna de investimento dos
agroempreendedores [4], os quais podem adaptar-se e mitigar os desafios das
alterações climáticas por uma abordagem AI [4] [5] [11] [16] [20] ao:
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