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5. Estudos de caso
Estudo de caso 1. da exploração agrícola à mesa: um ciclo
eficiente de gestão de resíduos alimentares
Um agroempreendedor tem uma vasta quantidade de terras agrícolas onde produz
vários frutos, tais como maçãs e peras. O negócio começou com a produção e
distribuição destas frutas, uma vez que herdou as terras dos seus pais. Durante algum
tempo, seguiu esta estratégia empresarial. Há alguns anos, decidiu que era o momento
de expandir o negócio, seguindo uma nova tendência de estabelecer atividades
turísticas em terrenos agrícolas, associadas ao negócio agrícola tradicional. Foram
construídas pequenas casas de madeira para os visitantes, que esperavam
experimentar atividades no campo, tais como a apanha de maçãs/peras.
Logo que o negócio do agroturismo começou, foi um enorme sucesso e permitiu-lhe ter
uma fonte alternativa, e mais regular, de rendimento, particularmente porque nos
últimos anos nem sempre foi possível prever o sucesso da produção de maçãs ou peras
devido a condições meteorológicas extremas. Passado algum tempo, o apercebeu-se
de que estava a investir muito dinheiro no fornecimento de refeições diárias aos turistas
e que desperdiçava bastante, pelo que talvez se pudesse encontrar uma solução
alternativa que fizesse uma melhor gestão do desperdício de alimentos das atividades
turísticas na quinta. Queria que o seu agroturismo se tornasse cada vez mais conhecido
pelas suas práticas sustentáveis.
Guiado pelos princípios de um modelo de economia circular, decidiu que a solução era
iniciar uma pequena exploração hortícola, para a qual os turistas contribuiriam como
parte da sua experiência no campo. Os alimentos produzidos seriam incluídos nas
refeições dos turistas, combinados com carne e peixe comprados a outros
agroempreendedores locais, ou seja, criando um canal de distribuição mais local. Os
alimentos produzidos na pequena horticultura, juntamente com as maçãs e peras do
agronegócio tradicional e a carne e peixe dos produtores locais alimentavam agora
turistas satisfeitos, que apoiavam parte do seu processo de produção de refeições.
Além disso, as sobras alimentares passariam agora por um processo de compostagem,
para fornecer nutrientes para o solo e produção de maçãs e peras novas e para gerar
calor no Inverno - por biomassa/biogás - nos alojamentos turísticos de madeira. Para tal,
investiu numa infraestrutura de compostagem/aquecimento e em formação/instruções
claras aos seus empregados sobre como utilizar a nova infraestrutura e processar os
resíduos alimentares na exploração agrícola. Esta estratégia de desperdício alimentar
zero permitiu-lhe ser quase autossuficiente em termos de provisões alimentares para os
seus visitantes, comprar mais produtos locais - diminuindo o seu impacte nas emissões
de carbono da distribuição alimentar -, adotar uma fonte de energia mais ecológica
para o alojamento turístico - diminuindo o seu impacte nas emissões de carbono da
utilização de energia - e iniciar um processo de economia circular que gere totalmente
o desperdício alimentar.
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