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O turismo é simultaneamente vítima e contribuidor para as alterações climáticas: a
subida do nível do mar, o derretimento dos glaciares, inundações, avalanches, escassez
de água, desflorestação, perda de biodiversidade, desertificação, incêndios florestais,
seca e doenças prejudicam a economia do turismo. Mas estes impactes são em parte
criados pelo mesmo, que contribui com cerca de 8% das emissões globais de GEE:
aviação, alojamento, restauração e outros transportes. As consequências da não
utilização de energias renováveis pelo turismo podem ter um impacte nas empresas, na
indústria e no mundo. Como tal, o turismo pode ser incentivado para acelerar a
mudança para as energias renováveis, aumentando a sua quota no cabaz energético
global, ajudando a reduzir as emissões de GEE, contribuindo para soluções energéticas
inovadoras em áreas urbanas, regionais e remotas e fornecendo energia fiável aos
hóspedes.
Os clientes e investidores esperam cada vez mais que as empresas de turismo sejam
responsáveis e responsabilizadas pelas suas emissões de carbono. As organizações
responsáveis seguem voluntariamente códigos de conduta e esquemas de
certificação, tais como destacamos nas nossas informações de Lugares. Um setor de
viagens e turismo neutro em termos de carbono tem de ser um objetivo a longo prazo
da indústria. Por conseguinte, como podem as empresas de turismo criar impactes
positivos em oposição aos impactes negativos, no que diz respeito à energia?
1.7. Energias alternativas para o turismo sustentável e o futuro
O turismo e a energia não precisam de ser opostos entre si: Com as energias renováveis,
a energia sustentável e o turismo podem complementar-se reciprocamente. A energia
sustentável é recolhida a partir de fontes renováveis, ou seja, naturalmente
reabastecidas, tais como a energia solar, vento, água da chuva, marés, ondas e calor
geotérmico: recursos naturais a que muitos estabelecimentos turísticos têm acesso. Com
o seu grande consumo de energia, o turismo tem um grande incentivo para utilizar as
energias renováveis, originando maior eficiência e poupança de custos a longo prazo -
o “caso de negócios” puramente económico para o turismo sustentável faz sentido,
assim como para o planeta. Para a mudança, pode ser necessário um investimento
inicial, mas o custo é muito mais baixo do que as fontes de energia anteriormente
utilizadas. Ao mensurar e monitorizar o consumo, as organizações (e os hóspedes mais
informados) podem tornar-se mais conscientes da gestão do consumo, da eficiência e,
portanto, dos impactes a longo prazo.
O turismo poderá estar assim na vanguarda de muitas soluções inovadoras de energia
sustentável. As companhias aéreas podem tornar os aviões mais leves, utilizar
biocombustíveis ou a aplicarem taxas eficientes em termos de combustível. Os hotéis
podem poupar energia com cartões-chave ou com a reutilização de toalhas ou
hospitalidade apoiada nas comunidades locais com serviços energéticos e
oportunidades económicas alinhadas. O setor do turismo sabe que tem de reduzir as
suas emissões de carbono para um futuro sustentável. Mas com mais de mil milhões de
turistas por ano, mais tem de ser feito.
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