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1. Conservação de energia

                  “Apesar de melhorias recentes no acesso à energia que dão acesso a quase nove em
                  cada 10 pessoas, 840 milhões de pessoas permanecem sem eletricidade. Cerca de 37%
                  da população mundial, ou seja, 3 mil milhões de pessoas, ainda utilizam combustíveis e
                  combinações  de  fogões  que  poluem  o  ar  doméstico,  tais  como  querosene,  lenha,
                  carvão, carvão vegetal ou mesmo estrume para cozinhar e aquecer, resultando em
                  quatro milhões de mortes prematuras por ano” [1].

                  Eletricidade  fiável  e  acessível  poupa  e  melhora  muitas  vidas.  Entre  os  seus  muitos
                  benefícios, a eletricidade alimenta computadores, escolas, carrega telefones, mantém
                  os alimentos frios e as empresas e infraestruturas essenciais a funcionar. Mas, a energia
                  é também a principal contribuidora para as alterações climáticas, produzindo mais de
                  70% dos GEE, exigindo investimento e desenvolvimento em fontes renováveis. Por este
                  motivo, o Objetivo 7 dos 17 ODS da ONU em 2030, é:
                  ODS  #7  Garantir  acesso  a  energia  acessível,  confiável,  sustentável  e  moderna  para
                  todos. O fornecimento de energia representa cerca de 70% das emissões globais de
                  GEE.  Enquanto  cerca  de  17%  do  consumo  de  energia  é  satisfeito  com  as  energias
                  renováveis, o Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas alerta para a
                  necessidade  de  atingir  cerca  de  85%  até  2050  para  minimizar  os  impactes  das
                  alterações climáticas.


                  1.1. Combustíveis fósseis finitos

                  Os combustíveis fósseis que temos historicamente utilizando, tais como carvão, petróleo
                  e gás natural, são atualmente as principais fontes de energia no mundo e são finitos em
                  termos de abastecimento. Não é uma questão de se irão esgotar,  mas sim quando:
                  estamos  a  utilizá-los  muito  mais  rapidamente  do  que  o  tempo  necessário  à  sua
                  regeneração, uma vez que foram formados ao longo de milhões de anos, comprimindo
                  material orgânico, incluindo o carbono que emite quando é queimado. Já passámos o
                  “pico do petróleo” e, com a utilização atual, o petróleo pode desaparecer até 2052. A
                  passagem ao gás poderia então prolongar-se mais oito anos, até 2060; e preencher a
                  sua lacuna, com carvão, iria durar até 2090. Durante esse período, podemos encontrar
                  mais reservas de combustíveis fósseis, mas são provavelmente menores do que o ritmo
                  a que a nossa população mundial em desenvolvimento os consome (Stanford).


                  1.2. Alterações Climáticas

                  A energia é o principal contribuidor, produzindo cerca de 70% das emissões globais de
                  GEE (ONU, 2021): a queima de combustíveis fósseis emite dióxido de carbono para a
                  atmosfera, criando um  efeito de  estufa que dá  origem ao aquecimento global.  Até
                  2030,  espera-se  que  a  procura  global  de  energia  aumente  entre  20  a  35%  (Melhor
                  Crescimento,  Melhor  Clima,  2014).  A  estabilização  da  temperatura  global  exigirá  a
                  descarbonização do consumo de energia, uma mudança de combustíveis fósseis para
                  energias  renováveis  ou  nucleares,  uma  eficiência  energética  significativa  e  a
                  implantação em larga escala da captura e armazenamento de carbono (CAC) para a
                  restante utilização de combustíveis fósseis.




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