4. Estudos de caso

Estudo de caso 1. Hotel Grand Permon

Descrição do hotel

O exclusivo Grand Hotel Permon de 4 estrelas (Fig. 9) está situado nos arredores do Alto Tatras, na Eslováquia, no meio de florestas de coníferas e é um dos mais famosos centros de caminhadas e de esqui nos Tatras. Oferece serviços e alojamento a um nível elevado e satisfaz os hóspedes mais exigentes, dispondo do maior centro de bem-estar da Eslováquia.

Figura 9. Hotel Grand Permon na Eslováquia

A construção do hotel Permon teve lugar nos anos setenta do século passado. Como nessa altura não havia ligação de gás na zona da montanha, o equipamento técnico da sala das caldeiras foi concebido utilizando caldeiras de aço com queimadores de petróleo. No início dos anos noventa, foram instalados tubos de gás na sala das caldeiras, bem como caldeiras DUKLA do tipo KDVE 100 com uma potência nominal de 1.040 kW com queimadores a gás. A água quente era aquecida centralmente em aquecedores de água de aço com uma capacidade de 6,3 m³. O sistema gerou custos consideráveis e foi ineficaz, pelo que o proprietário do hotel decidiu modernizar as suas instalações [11].

Modernização da sala das caldeiras

Numa situação em que as necessidades energéticas mudam, a melhor solução é um dispositivo que lhe permita controlar facilmente a potência de saída, por exemplo, modulando o queimador. Uma dessas soluções é a caldeira de condensação de gás Hoval Ultragas. É uma das caldeiras mais eficientes disponíveis no mercado e a sua eficiência é de até 109,9%. Esta caraterística torna possível alcançar o mesmo efeito térmico enquanto utiliza menos combustível, traduzindo-se em custos operacionais mais baixos.

O aquecimento de água pode parecer simples à primeira vista. No entanto, um grande hotel deve escolher um sistema que responda flexivelmente às mudanças de consumo. É por isso que o Hoval ofereceu uma solução que já deu provas em muitos hotéis – o aquecedor de água Modul-Plus, que oferece proteção segura contra infeções em hotéis, hospitais e edifícios residenciais e onde quer que os requisitos de higiene da água sejam muito elevados.

A substituição da caldeira KDVE 100 pela caldeira de condensação de gás Ultragás altamente eficiente traz poupanças significativas, potência e emissões. O consumo de gás determinado para caldeiras individuais foi: KDVE 100 = 279,797 m³/ano e Ultragas = 239,677 m³/ano. As poupanças com a caldeira Hoval são aproximadamente 40.120 m³/ano (423.266 kWh/ano). Como a caldeira Ultragas permite uma ligação hidráulica com retornos separados para temperaturas mais baixas e mais altas, é gerada outra poupança de combustível de 8% durante o funcionamento, ou seja, 33.861 kWh/ano, o que no total refere-se a uma poupança anual de cerca de 457.000 kWh/ano [11].

Em meados de dezembro de 2010, as caldeiras Hoval foram colocadas em funcionamento. Pode-se ver nos gráficos de consumo de gás (Fig. 10) que, apesar do aumento da produção de calor desde 2011, a substituição da caldeira por uma caldeira de condensação resultou numa diminuição do consumo anual. Se o investidor não decidisse tomar esta medida, o consumo anual seria mais elevado, em cerca de 25-35%. Além de poupar o consumo de gás, a instalação de uma caldeira de condensação também poupa eletricidade, devido ao menor consumo de energia do queimador. A poupança de eletricidade a este respeito durante o funcionamento da caldeira Ultragas é de 6.290 kWh/ano [11].

Figura 10. Consumo de gás no Hotel Grand Permon nos anos 2010-2016 [11]

As caldeiras modernas de condensação de gás utilizam queimadores de gás resultantes em emissões significativamente mais baixas de CO e NOx. Por outro lado, a elevada eficiência das caldeiras resulta num menor consumo de gás e, consequentemente, numa menor produção de emissões de CO₂. A redução anual das emissões é de 78.772 kg/ano [11].

Dicas para os colaboradores

Para além das atividades técnicas e de modernização, um passo muito importante na redução do consumo de energia é a abordagem apropriada dos colaboradores. Estas são pequenas medidas sem custos que o ajudarão a gerir de forma sustentável a energia no hotel e a reduzir significativamente o seu consumo no total. Abaixo, encontram-se dicas para diferentes grupos de colaboradores de um hotel e para a manutenção adequada de quartos individuais.

Dicas para salas de receção/escritório

• desligar completamente todos os computadores no final do dia, não os deixando em standby;
• assegurar que a porta de entrada principal está fechada para evitar perdas de calor ou de frio;
• fornecer aos hóspedes informação adequada sobre a política ambiental do hotel, qual o plano de ação energético e o que podem fazer para ajudar o hotel a poupar energia;
• reservar no Inverno, mais quartos no lado ensolarado para reduzir as necessidades de aquecimento e vice-versa no Verão;
• gerir as reservas para aumentar a eficiência energética global do hotel, começar de preferência a partir dos pisos inferiores. O aquecimento dos quartos de canto e os dos andares superiores é mais exigente em termos de energia, tentando deixá-los para o fim.

Dicas para os colaboradores da área da limpeza

• fechar portas e janelas quando o sistema de aquecimento ou arrefecimento estiver ligado;
• abrir as cortinas ao limpar uma divisão para trabalhar durante o dia. Quando terminar, deve fechar novamente as cortinas;
• assegurar que todas as luzes estão desligadas ao sair;
• desligar a televisão e outros equipamentos quando sair, não os deixando em standby;
• implementar o arrefecimento natural no verão. Abrir janelas em corredores, áreas públicas e algumas divisões quando a temperatura exterior é mais baixa do que a temperatura interior;
• manter persianas ou cortinas nas janelas e portas do pátio expostas à luz solar nos dias de verão, para evitar o sobreaquecimento da divisão.

Dicas para os colaboradores da cozinha

• utilizar tachos e panelas apropriadas, dependendo do tamanho da superfície de aquecimento ou do tamanho da chama;
• cozinhar, utilizando tampas para evitar perdas de calor desnecessárias;
• desligar ou reduzir a potência dos aparelhos de cozinha quando não são utilizados;
• ligar a água quente apenas quando estiver a ser utilizada e não a deixar correr continuamente;
• fechar bem as portas dos frigoríficos e não as abrir desnecessariamente;
• evitar ter comida em vários frigoríficos em simultâneo, a menos que seja necessário. Organizar o armazenamento dos alimentos de modo que os dispositivos de refrigeração estejam completamente cheios;
• descongelar regularmente os frigoríficos;
• não colocar comida quente no frigorífico;
• lavar a loiça apenas quando a máquina estiver cheia;
• substituir aparelhos de cozinha por novos, escolhendo o que tiver a melhor eficiência energética.

Dicas para os técnicos

• fazer ronda pelo hotel em diferentes alturas do dia e observar quais as luzes que podem ser desligadas sem que isso prejudique o conforto;
• usar luz natural sempre que possível;
• manter os sistemas de iluminação limpos;
• instalar sensores de movimento e sensíveis à luz para que as luzes só estejam acesas quando necessário;
• assegurar que todas as portas exteriores fecham e que os mecanismos de fecho automático das portas funcionam corretamente;
• assegurar que todas as janelas encaixam e fecham corretamente;
• utilizar iluminação de baixo consumo;
• investigar a possibilidade de monitorizar o consumo de energia de equipamentos específicos;
• assegurar que as configurações dos dispositivos de aquecimento/arrefecimento/ ventilação são apropriadas e tomar as medidas corretivas necessárias;
• verificar periodicamente se as correntes de ar ou a luz solar não interferem com o bom funcionamento dos termóstatos. Verificar também se as lareiras e radiadores próximos não afetam o seu ambiente;
• limpar os filtros no sistema de ar condicionado/ventilação todos os meses;
• assegurar que a manutenção dos dispositivos de aquecimento/arrefecimento/ ventilação é efetuada de forma correta e regularmente, conforme as instruções do fabricante/instalador;
• avaliar se é possível atualizar (ou mesmo substituir) o equipamento técnico, de modo a alcançar uma melhor eficiência energética e um melhor serviço. Informar a gestão hoteleira sobre estas opções;
• instalar contadores para monitorizar a energia consumida por grandes aparelhos e sistemas;
• realizar anualmente auditorias energéticas para identificar perfis de consumo de energia e demonstrar se existem mudanças significativas em áreas-chave;
• calibrar regularmente dispositivos de medição e controlo, tais como termóstatos e medidores de caudal, conforme as instruções dos fabricantes;
• colocar autocolantes e cartazes nas áreas reservadas aos colaboradores para destacar a importância da conservação de energia.

Dicas para a utilização do sistema de refrigeração e ventilação

• evitar operar sistemas de aquecimento e arrefecimento em simultâneo. Podendo ser um problema comum em hotéis, especialmente durante períodos de condições meteorológicas de transição;
• limpar as unidades de serpentinas e as unidades de tratamento do ar pelo menos uma vez por ano para melhorar o desempenho do arrefecimento e a qualidade do ar interior;
• manter as condutas de ar limpas para remover o pó e a acumulação de sujidade no interior para melhorar o desempenho do sistema e a qualidade do ar interior;
• desligar o ar condicionado em salas como buffet, restaurantes e outros espaços funcionais assim que estas áreas estiverem fechadas;
• ajustar os termóstatos à temperatura apropriada para se adequarem às condições exigidas nos diferentes tipos de quartos do hotel;
• durante os períodos de baixa ocupação no hotel, a ventilação mecânica nos quartos pode funcionar periodicamente, controlando os ciclos das ventoinhas, promovendo assim um equilíbrio entre a poupança de energia e a prevenção do odor e da acumulação de humidade;
• ajustar o fornecimento de ar exterior para evitar a sub ou sobre ventilação. A sobre ventilação é um desperdício de energia, enquanto a ventilação insuficiente pode pôr em perigo o conforto e a saúde dos hóspedes;
• controlar o fornecimento de ar exterior, tal como o método de controlo da procura com sensores de CO₂, pode ser utilizado para uma ventilação eficiente e poupança de energia, especialmente em grandes salas funcionais, tais como buffet ou salas de conferência.

Dicas para a utilização de caldeiras e sistemas de aquecimento

• aplicar regularmente o plano de manutenção das caldeiras. Irá ajudá-lo a poupar até 10% dos seus custos anuais de aquecimento;
• instalar medidores de entrada de gás em cada caldeira para mensurar o consumo exato;
• isolar bem as tubagens para reduzir a perda de calor para o ambiente e manter a eficiência de todo o sistema;
• verificar periodicamente o estado do isolamento do tubo e repará-lo, se necessário;
• ligar a caldeira adicional apenas se a potência da(s) caldeira(s) básica(s) for insuficiente;
• verificar os sensores de temperatura dos tanques de água quente e não deixar a temperatura subir acima de 65°C e descer abaixo de 60°C. A temperatura de 60°C é ideal, fornece água quente confortável e é suficientemente quente para eliminar as bactérias legionella, nocivas para a saúde.

Dicas para os hóspedes

A satisfação dos hóspedes é a prioridade número um no setor da hotelaria e os operadores hoteleiros são frequentemente relutantes em se envolverem em atividades que possam ser vistas como reduzindo o conforto, a conveniência ou a perceção geral da marca. No entanto, a energia é um dos custos operacionais de crescimento mais rápido no setor da hotelaria. Para que a política de eficiência energética do hotel seja plenamente bem-sucedida, os hóspedes devem ser encorajados a participar ativamente neste processo durante a sua estadia. Fazê-los saber que o desenvolvimento sustentável é uma das prioridades e que o hotel se preocupa com o ambiente.

Os hóspedes devem ser informados dos passos simples que podem dar durante a sua estadia para reduzir o desperdício de energia e água. Esta informação pode ser exibida como parte da informação fornecida nos meios de divulgação do hotel ou simplesmente com lembretes deixados nos quartos dos hóspedes. Podendo incluir as seguintes informações:

Ajude-nos a poupar eletricidade! Sabia que ao evitar o desperdício de eletricidade, contribui para a preservação dos nossos recursos naturais?

• por favor, desligue o ar condicionado quando sair do quarto;
• por favor, desligue todas as luzes quando sair do quarto;
• por favor, evite o “sleep mode” para televisões;
• se possível, utilizar as escadas em vez do elevador.

Ajude-nos a poupar o uso de energia para aquecimento e refrigeração! Sabia que mais de metade da energia consumida num hotel é utilizada para aquecimento e arrefecimento de espaços e é frequentemente desperdiçada?

• por favor, fechar janelas e portas quando o sistema de aquecimento/arrefecimento estiver ligado;
• por favor, mantenha a temperatura ambiente razoável.

Ajude-nos a poupar água! Sabia que a água é um recurso precioso para a humanidade e que, ao utilizá-la com moderação, contribuirá para a sua preservação?

• por favor, considere tomar um duche em vez de um banho de imersão;
• por favor, feche a torneira enquanto escova os dentes, lava o cabelo ou as mãos;
• por favor, informe, o pessoal de limpeza que está disposto a manter as suas toalhas por mais de um dia;
• por favor, informar o pessoal em caso de fugas de água

Estudo de caso 2. equilíbrio ambiental das embalagens de plástico

Embalagens de plástico – como seria sem elas?

Tendo como base dados económicos, os cálculos foram feitos utilizando as metodologias utilizadas no balanço ambiental. Foram obtidos resultados interessantes através da comparação das consequências ambientais e económicas da substituição de todas as embalagens de plástico por outros materiais [9].

Soluções implementadas

Assumiu-se que copos de plástico, embalagens de plástico, tambores, latas, baldes, garrafas, embalagens de espuma e todos os tipos de fechos como bicos, rolhas, tampas, dispensadores, seriam substituídos pelos seus equivalentes feitos de papel, cartão, vidro, folha de flandres, aço, alumínio ou madeira. Os resultados indicavam que o peso da embalagem aumentaria por um fator de quatro, o consumo de energia para a sua produção aumentaria em um e meio e os custos de produção seriam quase duplicados. Tudo isto resultaria num aumento significativo dos preços dos produtos. A eliminação dos plásticos teria consequências negativas para o ambiente, uma vez que libertaria o dobro da quantidade de gases com efeito de estufa. Em simultâneo, foi salientado que não existe uma embalagem de substituição adequada para muitos produtos, o que os eliminaria do mercado. As embalagens plásticas, embora se acredite sendo más para o ambiente, oferecem muitas vantagens:

• reduzem o peso do transporte;
• contribuem para a poupança de energia;
• reduzem os custos de embalamento.

Resultados negativos igualmente surpreendentes relacionam-se com o equilíbrio ecológico de palhinhas de papel embaladas individualmente em sacos de plástico para substituir palhinhas de plástico. A chave para o aumento das taxas de reciclagem é a capacidade de isolar fluxos homogéneos de matérias-primas, daí a necessidade de um conhecimento sólido e de uma educação generalizada dos consumidores.

Conclusão

Utilizando os resultados de um balanço ambiental, é possível examinar de forma fiável o impacte ambiental de vários bens de consumo e criar atitudes de consumo verdadeiramente verdes no quadro de um consumo sustentável. O fundamento de tal ação é uma distinção clara entre ecologia, cujo objetivo é preservar uma elevada qualidade ambiental, cujos objetivos são frequentemente incoerentes ou não transparentes.

Estudo de caso 3. papel do turismo na educação para o consumo sustentável

A promoção do consumo sustentável requer a criação de atitudes sociais específicas. Criar e satisfazer necessidades promovendo a limitação do volume de consumo e escolher bens produzidos com respeito pelo ambiente exige dos consumidores, em primeiro lugar, a consciência e, em segundo lugar, o envolvimento no processo de proteção da natureza amplamente compreendido. Os padrões de consumo atuais não são de todo propícios ao consumo sustentável, uma vez que se baseiam na satisfação de todas as necessidades, muitas vezes manifestadas de forma irrefletida. Em simultâneo, a satisfação destas necessidades deve ser imediata e não exigir nenhum esforço por parte do consumidor. Desta forma, as atitudes de exigência são intensificadas, o consumismo desenvolve-se, e os laços sociais são corrompidos. A satisfação das necessidades crescentes do consumidor engloba o problema do endividamento, com a consequente perda de liberdade e o desenvolvimento de uma forma moderna de escravatura.

O turismo tem um potencial educativo considerável. Dependendo da sua forma, um produto turístico pode servir as necessidades do consumismo, proporcionando uma experiência rápida e fácil de registar. No entanto, pode ter um carácter diferente. Um produto turístico pode levar ao nivelamento de atitudes e à educação e/ou formação de traços de carácter positivo nos turistas. Uma vez que o homem, evolutivamente, está adaptado ao esforço, a atividade física é necessária para o seu adequado desenvolvimento e funcionamento. Para as crianças terem um desenvolvimento adequado, é necessário fazer esforço físico, aceitar desafios e desenvolver aptidão física, especialmente quando o esforço é feito coletivamente. Portanto, são desenvolvidas iniciativas que oferecem, para abrangente, oportunidades para moldar atitudes socialmente desejáveis.

Estudo de caso 4. gargantas do Rio Wislok, Bacia Turística Ambiciosa

Caraterísticas do projeto

Através da análise do mercado turístico, das mudanças sociais, das necessidades da população e do negócio do lazer, um grupo de pessoas criaram uma oferta turística abrangente e específica. O empreendimento foi nomeado Bacia Turística Ambiciosa (pol. Zagłębie Ambitnej Turystyki) e é implementado na área de Beskid Niski (Municípios: Besko, Bukowsko, Dębowiec, Dukla, Iwonicz-Zdrój, Jaśliska, Krempna, Komańcza, Nowy Żmigród, Osiek Jasielski, Rymanów, Zarszyn). A iniciativa destina-se a ser multidimensional. Por um lado, é um empreendimento comercial, reunindo entidades do setor do turismo para oferecer um produto turístico abrangente durante a chamada estação alta. Por outro lado, durante a época baixa, pretende concentrar-se na prestação de serviços turísticos destinados a crianças em idade escolar e concentrar-se em questões educacionais.

Os criadores da Ambitious Tourism Basin referem a necessidade de criar uma “indústria educacional” para formar os jovens, moldando as suas personalidades conforme a chamada “civilização da vida”. As caraterísticas desta civilização são: atividade, compromisso, amor, amizade, generosidade, gratidão, sustentabilidade, fidelidade, eficiência, sacrifício, vitória, perseverança, bravura, trabalho de equipa e alegria. Todas estas qualidades estão em oposição à chamada “civilização da morte”, cujo fundamento é o consumismo.

Um produto turístico que visa, supostamente, moldar as caraterísticas positivas dos turistas, independentemente da sua idade, deve, antes de mais, exigir-lhes um certo esforço físico. O esforço gasto no consumo do serviço turístico pretende substituir a falta de prosperidade, substituir a escassez, o que supostamente induz as pessoas a cooperar na criação de laços sociais e de segurança mútua cívica, incluindo a segurança social. Significa deslocar-se por uma zona turística atrativa, utilizando a força muscular. Logo, devem ser caminhadas, ciclismo, equitação, canoagem, esqui. Nos municípios participantes no acordo, devem ser criados pontos que ofereçam alojamento, aluguem equipamento turístico e forneçam informações completas sobre a oferta desportiva e cultural. A oferta é apresentada no website PrzełomyWisłoka.pl [10].

Tarefas realizadas como parte do projeto

As atividades coletivas em torno da Ambiciosa Bacia do Turismo incluem muitas iniciativas, cujo denominador comum é o desenvolvimento do turismo para promover os valores turísticos dos Low Beskids, disponibilizando um produto turístico de alta qualidade a pessoas de diferentes estatutos sociais e educando os jovens para desenvolverem qualidades socialmente desejáveis. Estas atividades incluem esforços para criar e desenvolver Estradas Turísticas Multiusos (vias verdes). Trata-se de rotas que servem utilizadores não motorizados e estão dispostas ao longo de corredores naturais, rotas comerciais, históricas ou vias-férreas. Estas vias são geridas por comunidades locais para estimular o desenvolvimento sustentável e promover estilos de vida saudáveis [11]. As Rotas Turísticas Multi funcionais concebidas na Ambiciosa Bacia do Turismo destinam-se a servir, por exemplo, os transportes locais, os objetivos do setor da madeira e também o turismo.

A Ambitious Tourism Basin realiza também atividades de promoção do turismo histórico e cultural. Comunas polacas selecionadas da Beskid Niski em parceria com a Região de Presov na Eslováquia criaram um acordo para promover atrações turísticas com base nos valores naturais das gargantas Wisłok, riqueza histórica e património cultural, com base na experiência eslovaca da região de Snina. Na área histórico-cultural, está planeada a reconstrução da batalha da Primeira Guerra Mundial em Mymoń [12]. O mapa nacional e histórico emergente deve considerar o turismo ciclístico e conter uma abastada camada de informação histórica e natural.

Atitudes do público moldadas pelo projeto

Os efeitos das atividades do projeto centram-se em moldar as atitudes dos jovens.

• atividade;
• compromisso, amor, amizade;
• generosidade, gratidão;
• persistência, fidelidade, eficiência;
• sacrifício;
• persistência, bravura;
• trabalho de equipa, alegria.

Estas atitudes estão diretamente relacionadas com a realização dos axiomas de consumo sustentável e, através disso, também de poupança de energia em casa e no contexto global.

 

Estudo de caso 5. edifícios de energia zero (nZEB)

Como já foi mencionado, um dos principais objetivos dos estabelecimentos de alojamento turístico é tomar medidas para reduzir o consumo de energia, melhorar a eficiência energética e aumentar a utilização de fontes de energia renováveis. Os hotéis nZEB podem servir de exemplo neste campo, uma vez que atingem uma eficiência energética muito elevada. Cobrem uma grande parte da sua procura energética a partir de fontes renováveis, incluindo a energia renovável produzida no local ou na área mais próxima. Permitindo uma redução significativa (até 70%) do consumo de energia. Um destes hotéis é o Best Western Hotel Ajaccio Amiraute, em França [3].

Descrição do hotel

O Best Western Hotel Ajaccio Amiraute é um hotel de quatro estrelas com um edifício de quatro andares e 68 quartos. Disponibiliza spa, piscina aquecida, terraço aquecido, garagem privada coberta, acesso WiFi, salas de conferências, receção, salão de negócios, restaurante e snacks disponíveis 24 horas. Está bem localizado, com vista para o porto, perto do mar, do centro da cidade e do aeroporto. Desde o início do seu funcionamento, procura-se que o impacte ambiental do hotel seja o menor possível. Em 2013, este hotel tornou-se o primeiro na Córsega a receber a marca do Rótulo Ecológico da UE. Confirma que o hotel realiza várias ações para reduzir o seu efeito negativo sobre o ambiente. Como é salientado (por exemplo, nas brochuras do hotel), poupa energia e recursos naturais e também previne as alterações climáticas [8,9].

Soluções implementadas

A iniciativa de tomar medidas para melhorar a eficiência energética do hotel, acontece de forma continuada desde 2013. O primeiro passo para implementar as mudanças foi uma auditoria energética. Como resultado, foram identificadas e analisadas questões ambientais, tendo sido propostas possíveis ações corretivas. As ações implementadas pelo hotel incluem:

• instalar ventilação mecânica de duplo fluxo controlado;
• instalar válvulas de equilíbrio dentro do sistema de aquecimento;
• instalar uma válvula de equilíbrio dentro do sistema de água quente doméstica;
• isolar o exterior;
• isolar as paredes em corredores não aquecidos;
• substituir iluminação ineficiente por sistemas de LED;
• substituir os vidros antigos por vidros duplos com conforto térmico;
• instalar um sistema AVAC de duplo fluxo com permutador de calor;
• instalar um sistema solar térmico e de um equipamento de recuperação de calor dentro do sistema de águas residuais;
• instalar um Sistema de Gestão Energética de Edifícios;
• instalar válvulas de controlo de pressão em torneiras e chuveiros;
• formar os colaboradores;
• encorajar os hóspedes do hotel a mudar o seu comportamento, por exemplo, através da emissão de folhetos que descrevem as ações tomadas para melhorar a eficiência energética do hotel e que contêm diretrizes que lhes dizem o que podem fazer.

O aconselhamento dado aos hóspedes inclui:

• pedir para desligar o aquecimento ou o ar condicionado quando a janela está aberta;
• pedir para desligar o modo standby da televisão durante a noite;
• informar sobre substituição de roupa de cama a cada três dias ou a pedido;
• informar que um banho de imersão requer três vezes mais água do que um duche;
• pedir para que as latas, garrafas de vidro/plástico e jornais sejam colocados no caixote do lixo do quarto, e os restantes no caixote do lixo da casa de banho. [9]

Benefícios das soluções descritas

O hotel apontou benefícios tanto para os hóspedes como para o ambiente (Tab. 3).

Tabela 3. Exemplos de benefícios alcançados no Hotel Best Western Ajaccio Amiraute [9].

Benefícios para os hóspedes	Benefícios para o ambiente
elevados padrões de qualidade ambiental interior	332 MWh de energia economizada por ano
sistema melhorado de ventilação por ar	de 35 tCO2 e/ano evitado
flutuações de temperatura minimizadas	58,4 MWh de energia proveniente de fontes renováveis produzida por ano