3. A realidade virtual como ferramenta para o turismo
A tecnologia fornece constantemente novas ferramentas e os setores estão sempre a procurar novas implementações para essas ferramentas. O mesmo se aplica à realidade virtual (RV). Esta tecnologia cria mundos virtuais concebidos por programadores e o único limite dessa criação é a sua imaginação. São ambientes criados com a ajuda de software e acedidos com a ajuda de óculos RV, parte essencial desta tecnologia. As realidades criadas são construídas em 3D e os humanos podem interagir com elas como se fossem reais, envolvendo inclusivamente os cinco sentidos. A tecnologia é nova, está ainda a desenvolver-se e a ganhar popularidade. À medida que se torna mais aplicável, os dispositivos necessários à sua utilização melhoram e permitem que os seus utilizadores tenham melhores experiências. Os óculos RV são mais populares como ferramenta de jogo para consolas, mas à medida que se desenvolvem, mais aplicações são introduzidas também nas empresas. A tecnologia já é utilizada na arquitetura para planeamento e desenvolvimento sustentável.
A realidade virtual na fase atual desenvolveu-se em três categorias principais: não imersiva, semi-imersiva e totalmente imersiva. A primeira categoria é mais conhecida e está relacionada com jogos de computador, onde o ambiente criado é totalmente artificial e o utilizador permanece mais como espetador do que como utilizador ativo. Semi-imersiva significa que o mundo criado não é totalmente artificial e permite que o utilizador interaja com o mesmo. Esta é mais comummente utilizada para fins de treino. A realidade plenamente imersiva ainda não existe, está a desenvolver-se e proporciona a experiência mais completa. Permite aos utilizadores sentir que estão num mundo artificial e sentir toda a sensação que o acompanha. Uma tecnologia muito semelhante é uma Realidade Aumentada (RA) que não requer o uso de óculos. É uma combinação do “mundo real” e do mundo virtual. Para ser mais específico, a RA dá ao “mundo real” os elementos do mundo virtual. Por uma câmara no telefone o utilizador pode ver elementos que não existem no ecrã. Pode fornecer elementos gráficos ou sonoros. Logo, a RA é uma combinação de elementos do mundo real e RV visíveis com a ajuda de software instalado em dispositivos móveis. Para obter a mais completa experiência de RV, os fabricantes fornecem muito mais equipamento do que apenas óculos. Para podermos usufruir da experiência completa, existem equipamentos como, rato 3D, seguidores óticos, luvas com fio, controladores de movimento, passadeiras omnidirecionais e dispositivos olfativos disponíveis para compra. A combinação de todos eles proporciona aos seus utilizadores uma experiência quase real.
Muitos setores já tiraram partido do desenvolvimento desta tecnologia. Pode ser utilizada não só para entretenimento, mas também para formação, experiência e comunicação. Empresas como a Meta verso já trabalham no desenvolvimento de um ambiente virtual que permite ao utilizador ter uma experiência mais realista de, por exemplo, conferências ou outras atividades. O turismo é um dos setores na qual tentam implementar a RV e a RA. A primeira que pode vir à mente é um turismo virtual. Usamos a fotografia e, através dela, é possível aceder a vídeos virtuais tirados com a ajuda de câmaras de 360 graus. Estas podem ser acedidas por óculos RV, mas também com outros dispositivos como telemóveis. Estes equipamentos permitem ver uma imagem que reproduz a sensação de realmente estar no local. As câmaras conseguem captar todos os ângulos, pelo que com ajuda de auscultadores RV e movimento do utilizador é possível observar tudo em redor. Há muitos exemplos desta tecnologia a ser utilizada online. Mas esta não é a única aplicação da RV no turismo. As agências de viagens estão a utilizá-la para promover os seus produtos e dar um pouco do que os clientes podem esperar deles. As mesmas empresas substituíram brochuras de viagens por RV durante eventos para ganhar algum interesse e destacar-se da concorrência. Atividades semelhantes são aplicadas por hotéis que oferecem visitas virtuais sobre as suas instalações para que os potenciais clientes possam ter uma melhor visualização do que lhes é oferecido e quais são os padrões locais antes de decidirem escolhê-los. Como viajar é uma é uma importante atividade turística, algumas agências de viagens também implementaram capacidades de RV nas suas atividades. Por exemplo, companhias aéreas que utilizam RV para apresentar aos seus passageiros as dicas de segurança no início do voo e, mais tarde, para proporcionar o entretenimento ou algum tour virtual onde introduzem lugares ou atividades que estão disponíveis no destino.
Agora a RV não está totalmente desenvolvida e é difícil concluir em que irá substituir o turismo. O turismo tem dimensões como a gastronomia, banhos de sol, entre outros, que a RV é incapaz de substituir. Mas já pode afetar a sustentabilidade, uma vez que o marketing é lentamente transferido para o ambiente virtual e a necessidade de organizar eventos ou visitas guiadas é menor do que antes. Há menos necessidade de imprimir publicidade ou materiais informativos e equipar os escritórios com papel ou outros. Também ao visitar locais culturais, museus ou outros locais superlotados com a ajuda da RV pode dar sensações semelhantes ou mesmo melhores do que os visitar fisicamente. Isso pode contribuir para reduzir a pegada de carbono deixada ao viajar de carro ou avião e os danos causados pela presença humana e pelos resíduos produzidos.
Resumo
A RV é ainda mais um instrumento do futuro do que do presente, mas como se vê, a tecnologia evolui rapidamente e pode chegar mais cedo do que o esperado, os auscultadores RV podem ser um dispositivo que encontramos em todos os lares. Espera-se que o impacte positivo que tem no setor do turismo possa ser ampliado nos próximos anos. Questões para reflexão: Pensa que a tecnologia RV pode substituir as viagens num futuro próximo? Quais são os exemplos em aplicações RV utilizadas no turismo? |