1. Teleinformática (Tecnologias de Informação e Comunicação)

As tecnologias de informação e comunicação são uma definição ampla para muitos tipos de dispositivos/tecnologias utilizadas para fornecer informação aos seus utilizadores e também para gerar, armazenar e executar todas as outras operações de alguma forma relacionadas com estas atividades. Dependendo do tipo de dispositivo utilizado, podem ser desenvolvidas diferentes atividades. É claro que algumas podem ser muito semelhantes, mas geralmente há sempre alguma distinção e os vários dispositivos são concebidos para diferentes fins. Desde há muito tempo que as TIC têm uma grande influência no setor do turismo. Algumas das suas caraterísticas mudaram como o setor se promove e também como são geridos todos os processos para fornecer um serviço. Possui também uma grande influência no ambiente, na sustentabilidade e na pegada de ecológica. Mas antes disso, é importante compreender melhor que tecnologias estão incluídas nas TIC.

As tecnologias de informação e comunicação são uma extensão das tecnologias de informação (TI) e utilizam computadores, networking, software, assim como outros dispositivos digitais ou eletrónicos para gerir e transmitir informação. As TIC podem ser definidas como a utilização de computadores e outras tecnologias digitais para ajudar as pessoas ou organizações a aceder, operar, armazenar, aplicar e manipular informação. Inclui todas as tecnologias de comunicação como a Internet, videoconferências, telemóveis e redes sociais. É também conhecida como a ligação entre as tecnologias audiovisuais e as redes informáticas ou telefónicas. É difícil definir as TIC, já que o conceito das mesmas muda rapidamente e a tecnologia evolui todos os dias. Mas simplificando, podemos dizer que foi concebida para ajudar pessoas e organizações a utilizar a informação em formato digital.

Figura 1. Tecnologias TIC

Fonte: www.shutterstock.com/pt/image-vector/ict-banner-web-icon-business-futuristic-2114637353

 

 

O setor do turismo é fortemente influenciado pela implementação das TIC. Desde a sua primeira introdução, todo o mercado mudou completamente e permitiu que crescesse mais do que nunca. Especialmente em termos de marketing, comunicação e gestão. Todo o conceito das TIC no turismo pode ser categorizado em seis grupos diferentes e cada um deles ajuda os seus utilizadores a realizar diferentes tipos de atividades com a ajuda de diferentes dispositivos e software. As categorias podem ser divididas da seguinte forma:

• tecnologia informática;
• meios de comunicação;
• comunicação multicanal;
• meios que permitem o registo de informação;
• sistemas complexos de tecnologia da informação (TI);
• tecnologia das telecomunicações.

Cada categoria tem algumas semelhanças e diferenças, mas todas necessitam da utilização de alguns dispositivos ou software específicos para cumprir as suas funções nos diferentes contextos em que podem ser utilizadas, como, por exemplo, o turismo, a educação ou os cuidados de saúde. Embora a maioria dos dispositivos mencionados na descrição das TIC sejam telemóveis, tablSCE, televisão ou computadores. As TIC utilizam também tecnologias como, satélites, internet ou hardware e todo um espectro de software que integra essas mesmas tecnologias, para efeitos de comunicação e tratamento de informação.

As Tecnologias de Informação e Comunicação são atualmente essenciais para o setor do turismo, mas algumas das categorias podem não ser totalmente compreensíveis para todos. Tal como anteriormente mencionado, existem seis categorias principais de TIC utilizadas no setor do turismo.

 

Tecnologia informática

Tecnologia informática é um termo geral composto por hardware, software e network. Pode também ser descrita como uma combinação destes termos. É implementada em quase todas as empresas do mercado. Permite-lhes fazer publicidade, gerir projetos, adquirir conhecimentos. Foi concebida para expandir as possibilidades em diferentes áreas e para o fazer da forma mais fácil possível.

O hardware corresponde a objetos relacionadas com o trabalho de dispositivos como computador, smartphone e assim por diante. Objetos tais como o disco rígido, que permite aos dispositivos armazenar informação; o processador, responsável por realizar as operações com base nas instruções dadas pelos utilizadores ou o monitor e o rato. A tendência ao conceber o hardware é torná-lo menor, mais eficiente e utilizar menos energia.

O software corresponde a programas ou aplicações que permitem ao utilizador executar ações nos seus dispositivos. As suas operações são possíveis graças ao trabalho do hardware. Tudo o que está dentro dos nossos dispositivos é um software, começando pelo sistema operativo, o browser de Internet, redes sociais, aplicações de edição multimédia e assim por diante.

A network é tudo o que está relacionado com a ligação à Internet. Engloba a Internet, mas também artigos como cabos, servidores, routers. É o que permite que se ligue com outros ficando online, trocar ficheiros, partilhar as nossas ideias nas redes sociais e gerir negócios. Desde o seu início no século XX, as tecnologias em rede passaram por um incrível processo de desenvolvimento que se refere à velocidade de ligação e acessibilidade. Nas fases iniciais, a Internet tinha velocidades muito baixas, a quantidade de informação disponível era relativamente pequena e o custo da ligação era muito elevado. Agora quase todas as famílias estão ligadas à internet, mas também em pequenas redes locais sendo criadas para os dispositivos poderem cooperar entre si. Além disso, quase todos estão ligados à Internet por telemóveis que criam uma disponibilidade constante de pessoas online e a possibilidade em qualquer momento, estar contactável. Apesar de existir um grande espectro de aplicações das tecnologias informáticas, existem ainda inúmeras possibilidades de desenvolvimento no futuro. Para muitos, o primeiro pensamento é a inteligência artificial que será certamente responsável por mudanças drásticas em todas as áreas da nossa vida. Já que essa futura invenção está também relacionada com a robótica, 5G e as próximas gerações de redes, realidades virtuais, aumentadas e mistas ou todo o aperfeiçoamento dos instrumentos de comunicação.

 

Meios de comunicação

Esta é provavelmente a categoria de TIC mais conhecida dos utilizadores regulares de serviços de turismo e também dos utilizadores de tecnologia em geral. São os canais que permitem a transferência de informação do remetente para o destinatário, sendo considerados como essenciais para fornecer comunicação para os clientes, mas também nas organizações ou com parceiros. Pode também ser descrito como um processo de envio e receção. Alguns dos dispositivos mais utilizados nesta categoria são a TV, a Rádio e, mais importante, computadores e telemóveis. Permitem o envio de mensagens digitais por imagens, vídeos ou de software criado para tornar esta comunicação possível. Para além destes, existem também algumas formas de comunicação multimédia que não são digitais como, por exemplo, imagens, cartazes, revistas de viagens, brochuras ou guias turísticos. Mas na atual tecnologia, são lentamente esquecidas, uma vez que as mensagens digitais têm um maior leque de destinatários e o impacte da mesma é imediato. O seu objetivo é criar uma relação com os clientes e partilhar informação sobre atividades, eventos, vendas e basicamente o que quer que esteja a acontecer na empresa agora e valha a pena partilhar com outras pessoas.

Nos negócios, existem também dois tipos de meios de comunicação, os verbais e os não verbais. A comunicação não verbal surge apenas como complementaridade da comunicação verbal. Falamos, por exemplo, de linguagem corporal, expressão facial, gestos, contacto visual e modulação da voz. Todas são importantes durante uma apresentação e tornam-na mais envolvente, interessante e qualquer profissional que queira dominar esta capacidade deve estar familiarizado com esta matéria. As referidas capacidades podem também ter alguma utilidade em negociações ou vendas. Aprender a utilizá-las e a reconhecê-las pode ser muito benéfico para qualquer pessoa, uma vez que a maioria da informação recebida em conversas presenciais é considerada não verbal. Embora seja importante ter em mente que a linguagem não verbal pode variar em diferentes culturas e pode ser facilmente mal compreendida.

A comunicação verbal não implica necessariamente interação direta ou presencial entre o remetente e o recetor, pois este grupo também se divide em comunicação oral e comunicação escrita, mas requer sempre o uso de palavras. A comunicação oral é realizada através da fala de várias formas. Embora nem sempre tenha de ser uma conversa presencial, esta é também uma das formas de o fazer e na realidade a mais utilizada não só nos negócios, mas também na vida quotidiana. É a forma mais eficaz de comunicação, pois elimina qualquer possibilidade de mal-entendido causado, por exemplo, por uma má ligação, problemas de hardware e outros. Proporciona um comentário e espaço para discussão. O problema é que o encontro presencial nem sempre é possível, já que podem exigir viagens e deslocações; logo, quando tal não é possível, a informação não é comunicada. Estas questões podem ser eliminadas com a ajuda da comunicação telefónica, sendo outra forma de comunicação verbal que pode anular as desvantagens identificadas, mas a possibilidade de má comunicação é maior. Não requer a presença física de ambas ou mais partes no mesmo local, pelo não haver necessidade de viajar para ter uma discussão. Atualmente, os telefones estão amplamente disponíveis, pelo que não deram existir entraves ao seu acesso.

A apresentação digital é outra forma de comunicação que pode ser entendida como uma combinação de falar e apresentar. Pode ser feita estacionariamente, remotamente e requer a presença de pessoas interessadas no tema abordado. Permite ao remetente ter um maior alcance, sem necessidade da sua presença física no local. Este tipo de comunicação é mais formal e normalmente concentra-se em tópicos específicos. A apresentação consiste não só em falar, mas também em preparar alguns materiais adicionais, como texto e imagens. Foi pensada para aprofundar a compreensão do recetor sobre determinado tópico e apresentá-lo para ser acessível e interessante. Para o alcançar, é necessário que uma pessoa responsável pela apresentação tenha algumas competências particulares nessas matérias. Em primeiro lugar, é crucial todo o processo de preparação da apresentação e este precisa de ser feito com a ajuda de algum software como, por exemplo, o PowerPoint. O que está incluído na apresentação é também extremamente importante e não pode ser demasiado avassalador para o recetor. O processo de apresentação é complicado e a sua preparação pode consumir muito tempo e conhecimento. A comunicação adequada com o público, mostrar entusiasmo e usar linguagem corporal são apenas alguns exemplos de comportamentos a ter durante a apresentação que a tornam mais eficaz. Como mencionado antes, a apresentação pode ser feita pessoalmente, mas também com a ajuda de software digital como o Zoom, Microsoft Teams.

Existem também outras formas de comunicação verbal como discurso público, entrevista e reuniões. Cada uma precisa de uma pessoa que seja responsável por liderar a comunicação e o grupo de pessoas que a ouçam e interajam com ela. Além da comunicação oral, também existe a comunicação escrita. Esta é mais comummente utilizada para partilhar dados, informações ou mensagens. O que lhe dá vantagem sobre a comunicação oral é que a informação dada por escrito permite ao seu destinatário ter tempo para a analisar sem pressão ou qualquer tipo de preconceito que possa advir de qualquer forma de manipulação que possa resultar da expressão oral.

Uma das formas de comunicação escrita é o e-mail. É amplamente utilizado no ambiente empresarial e também para assuntos pessoais. Permite enviar e receber ficheiros ou informações ao nível mundial. O e-mail serve como base para a realização de qualquer atividade na Internet. Isso acontece porque quase todos os sítios, serviços ou plataformas necessitam que o seu utilizador forneça um endereço de e-mail para efetuar o registo e terem acesso. Na sua maioria, garante algum tipo de personalização de cada conta, aceitando os termos e condições, mas também permite uma comunicação futura com o cliente. Sem esse registo em sites como Facebook ou Twitter seria impossível e os profissionais de qualquer tipo de negócio moderno não se podem dar ao luxo de desistir destas plataformas. É um meio rápido e global que torna a comunicação mais pessoal e possibilita o contacto com diferentes utilizadores em simultâneo, o que leva a um fluxo de trabalho mais eficiente e a uma maior produtividade. É a primeira escolha de comunicação nas empresas também devido às caraterísticas que oferece, como, por exemplo: proporciona um local de armazenamento seguro para enviar e receber documentos importantes, permite gerar respostas automáticas a mensagens, sendo especialmente úteis quando uma pessoa está offline e quer deixar essa informação ou quando pode esperar uma resposta, com ligação à Internet e aplicações especificas é possível utilizar o e-mail em qualquer altura e em qualquer lugar. Com esta forma de comunicação não invasiva, existe obviamente uma possibilidade de resposta em segundos, mas o objetivo da mesma é diferente. Com uma ferramenta tão extensa existem também algumas desvantagens, como o spam, que pode ser evitado se o e-mail for utilizado de forma responsável ou vírus que possam afetar todo o seu trabalho, sendo necessário ter alguma consciência de como utilizar corretamente o e-mail ou utilizar algum software adicional que possa fornecer algum mecanismo de defesa. Outros meios de comunicação escritos são brochuras, propostas, boletins informativos, relatórios ou cartazes. Todos servem para as empresas comunicarem informação ao público ou parceiros. Podem assegurar o acesso de outros ao que está planeado, em progresso ou já feito, depende da fase atual de realização ou de um resultado desejado.

Antes da referência a alguns meios de comunicação que mudaram completamente o mercado na última década, é importante mencionar que, anteriormente à Internet, a televisão era a principal fonte de publicidade no que diz respeito ao turismo. A audiência para este tipo de comunicação era enorme, mas apenas uma comunicação de sentido único, uma vez que os recetores não tinham nenhuma possibilidade de responder, deixar feedback ou de alguma forma comparar as suas experiências com o que era apresentado no ecrã. Após tempos em que a principal fonte de comunicação com um público era a rádio, cartazes ou revistas, a forma audiovisual de publicidade era muito atrativa para o público, mas como o “tempo no ar” era muito limitado, não eram muitos os que tinham a oportunidade de tirar partido dessa tecnologia. Estava estritamente reservada apenas para as maiores empresas.

A invenção e o desenvolvimento da Internet mudaram toda a palavra e também o setor turístico. Ao contrário da televisão, permite a todos promover os seus negócios sem necessidade de gastar dinheiro excessivamente e exige apenas uma boa estratégia de marketing para atingir uma vasta audiência. Atualmente a Internet é o maior meio de comunicação com possibilidades ilimitadas de fazer basicamente qualquer coisa. Fornece ferramentas para publicidade, comunicação, negociações e muito mais. As empresas também podem partilhar e adquirir conhecimentos umas com as outras, uma vez que existem muitos recursos online. A popularização da Internet como instrumento de publicidade e comunicação criou profissões como vendedor online ou influenciador mais recentemente, que foi acrescentado ao dicionário em 2019. O seu trabalho é criar uma imagem positiva de uma empresa online e atingir novos públicos através das plataformas disponíveis que evoluem e oferecem novas possibilidades a todo o momento.

Os websites são uma peça essencial da Internet. Esta é a principal fonte de informação sobre o negócio ou qualquer outro conteúdo do mesmo é ilimitado. Normalmente, é construído a partir de texto, imagens, vídeo e todos os outros meios de comunicação. No setor do turismo, os websites são utilizados para promover e informar o público interessado sobre o local e serviços disponíveis para os clientes. A informação incluída está normalmente relacionada com o aspeto do local, quais são as possibilidades em termos de capacidade e informações sobre os quartos, informações de contacto, preços, serviços ou atividades adicionais fornecidas ao cliente. Existe também algum tipo de recurso de reserva que permite ao visitante do website reservar um lugar e fazer um pagamento diretamente. Geralmente é enriquecido com fotografias, vídeos ou avaliações de antigos visitantes. Alguns lugares também fornecem um mapa interativo com localização e direção exatas para garantir que o cliente não terá nenhum problema em encontrar o local. Muitas outras caraterísticas podem ser implementadas no website, uma vez que a sua conceção depende totalmente do que a empresa pretende incluir e das capacidades do especialista de TI responsável pela sua criação. Normalmente, trata-se de chat online, que permite uma comunicação instantânea com o cliente em alguns casos urgentes.

Se alguém procurar informação fora da página principal da empresa, procura-o por norma num fórum. Existem muitos fóruns na Internet e é possível encontrar um para qualquer tópico. Os utilizadores não estão relacionados com a empresa, pelo que as opiniões que ali encontramos são geralmente fiáveis. Fazem perguntas, partilham experiências, conhecimentos, opiniões e assim por diante.

Os blogues surgiram nos primeiros tempos da Internet. Foram criados por indivíduos ou empresas para permitir aos seus utilizadores criar artigos para todo o mundo. Aos bloggers que ganhavam um certo nível de popularidade era frequentemente oferecida colaboração com empresas para os publicitar entre certos públicos-alvo. Para além dos artigos de blogues que escreviam, os mesmos eram também enriquecidos com fotografias, vídeos e avaliações.

Os Vlogs são o próximo passo na evolução dos blogs e existem apenas em formato de vídeo. Os Vloggers alcançaram popularidade graças a serviços como o YouTube ou o Vimeo. Permitem ao público ver um lugar ou serviço na primeira pessoa com objetivos informativos, ou educativos e que alcançaram muita popularidade nos últimos anos e ultrapassam os blogs. O formato de vídeo é muito mais acessível do que o texto, dá maior relevância ao tópico discutido e, na sua maioria, são criados para entreter. Podem originar algum tipo de ligação entre autor e espetador, fortalecendo a confiança na informação, tornando a cooperação mais atrativa para os gestores das empresas.

Outros meios de comunicação que utilizam o vídeo são as videoconferências online. A pandemia COVID-19 deu um enorme impulso a estes meios de comunicação. Quando todas as empresas e pessoas foram obrigadas a trabalhar a partir de casa, esta tecnologia permitiu-lhes comunicar eficientemente.

Existem dois tipos de comunicação por vídeo: o primeiro é o vídeo online. Em termos empresariais, é sobretudo utilizado para apresentações ou palestras, sendo uma espécie de comunicação unidirecional. A reunião é normalmente criada e gerida pelo anfitrião e pode ter uma ou mais pessoas e é seu dever fornecer o conteúdo ao público que só pode escrever comentários na secção de chat, mas não pode aparecer no ecrã ou ter uma participação mais ativa. Para a comunicação existir nos dois sentidos, é necessário utilizar algum dispositivo de videoconferência, permitindo que cada parte apareça no ecrã, seja ouvida pelos outros e seja parte na discussão. Permite fazer a apresentação através da partilha do ecrã com outros.

Para o setor do turismo e para os negócios em geral, o canal de comunicação mais importante para a publicidade e correspondência com os seus potenciais clientes são as redes sociais. Permitem a qualquer pessoa criar uma página pessoal ou de negócios, na qual imagens, vídeos e atualizações são afixados e entregues aos interessados que decidam seguir a página em questão. Esta caraterística diminuiu significativamente a quantidade de custos gerados por atividades relacionadas com o marketing e, simultaneamente, torna-as muito mais significativas. Algumas das plataformas mais frequentemente utilizadas são o Facebook, Twitter, YouTube e Instagram. Permitem que os seus utilizadores interajam entre si por mensagens diretas ou comentários e feedback aos conteúdos aí carregados. As redes sociais tornaram-se tão importantes que quase 70% de todos os utilizadores da Internet têm uma conta em pelo menos uma plataforma. Essa quantidade de potenciais recetores força o negócio a criar estratégias específicas de publicidade nas redes sociais que podem atrair novos clientes, obter o seu feedback, os fidelizar e até os utilizar como plataforma para tornar a gama de publicidade ainda maior. A grande vantagem dos meios de comunicação social é que estão disponíveis não só por computadores, mas também por smartphones com aplicações especificamente concebidas e que proporcionam uma ligação constante e a possibilidade de interagir em segundos.

 

Comunicação multicanal

Como as tecnologias estão em constante desenvolvimento, as empresas enfrentam o desafio de comunicar com os seus potenciais clientes por múltiplos canais. A quantidade destes canais cria a necessidade de uma ferramenta que possa ajudar a gerir e criar algum tipo de terreno comum entre eles. Ferramentas de comunicação multicanais são a resposta para essa necessidade. São plataformas que permitem às empresas ter acesso a todos os canais de comunicação a partir de um único local com uma estratégia específica implementada para o efeito. O objetivo de adaptar esta solução é criar uma melhor experiência ao cliente, mais personalização da comunicação e tornar os destinatários das mensagens mais envolvidos nas atividades das empresas, criando uma comunicação mais adaptada a um grupo-alvo específico.

A comunicação refere-se geralmente às redes sociais, SMS, e-mail e notificações push implementados numa aplicação que deve ser instalada no smartphone ou tablet do utilizador. É concebida para ter o maior impacte possível de cada um dos canais de usados e procurar o máximo de oportunidades de promover o nome da empresa. Um dos exemplos é a campanha de e-mail marketing, que pode ser realizada através do envio de newsletters a potenciais clientes. Permitem aos clientes escolher entre vários canais e escolher o melhor para eles, utilizá-lo para se familiarizarem com a oferta da empresa, fazer encomendas e comunicar eficazmente. O que torna as plataformas multicanais mais atrativas é o facto de permitirem aos clientes da empresa manter a comunicação entre si por diferentes plataformas sem necessidade voltar a introduzir o tema. Os clientes também podem alternar entre diferentes dispositivos sem se preocuparem em perder o progresso feito na discussão ou durante o processo de encomenda do produto ou serviço. A principal caraterística desta plataforma multicanal é o facto de serem concebidas para criar uma fidelização do cliente e melhorar a sua experiência processo facilitada por ferramentas analíticas implementadas na plataforma, ajuda a ver qual o desempenho do canal e o que pode ser melhorado.

Um fator importante a considerar é o tipo de comunicação utilizado. Há dois tipos principais de comunicação que estas plataformas proporcionam: comunicação multicanal e comunicação omnichannel. A comunicação multicanal indica que diferentes informações são entregues ao cliente por diferentes dispositivos. Por exemplo, a comunicação entregue por SMS tem conteúdos diferentes do que o e-mail. Além disso, é apenas uma comunicação unidirecional, uma vez que não se espera resposta de um potencial recetor, sendo o oposto da comunicação omnichannel, já que esta propõe feedback da comunicação recebida. Ao escolherem esta plataforma, as empresas têm muito mais flexibilidade, pois podem saltar por diferentes canais e manter a comunicação contínua com os clientes. A informação fornecida é a mesma para cada canal e permite ao recetor optar por qualquer canal, sem se preocupar em perder nada ou iniciar todo o processo de comunicação ou encomenda de produto/serviço desde o início.

 

Meios que permitam o registo de informações

A tecnologia digital moderna permite aos seus utilizadores registar e armazenar a informação. O sinal digital preenchido com dados é guardado em dispositivos capazes de armazenar e permitir a sua visualização ou leitura depende do tipo de dispositivo utilizado e do tipo de informação que é processada. A informação pode ser facilmente manipulada com alta velocidade e utilizada para qualquer fim que seja necessário. Desta forma, os dispositivos modernos são sucessores do papel tradicional utilizado para guardar informação e aceder-lhe quando necessário. Atualmente, os dispositivos baseiam-se em tecnologias eletromagnéticas e eletro-óticas. Permitem gravar texto, imagem, som ou vídeo em formato digital, aos quais de forma geral nos referimos como “dados” e com a utilização de dispositivos e software adequados podem ser editados e exibidos. Permitem reduzir os custos e o número de recursos, tais como papel e espaço de armazenamento.

Os dispositivos mais populares que permitem o armazenamento de informação são os discos rígidos. Cada computador, portátil ou smartphone tem de estar equipado com um, uma vez que todos os dados e software estão neles escritos. Os discos rígidos estão em constante evolução, as suas capacidades, a velocidade de acesso o espaço de armazenamento e informação neles contida têm melhorado. Agora também estão disponíveis discos rígidos externos, que permitem aos utilizadores expandir o espaço fornecido pelos discos rígidos internos e trocar os dados entre os diferentes dispositivos sem necessidade de estarem online. A invocação de bases de dados mudou como o armazenamento e o registo de informação foi percebido. Permitem que a informação digitalizada seja mantida em dispositivos e com a ligação à Internet mudou também como são partilhados. Os conhecimentos tornam-se universalmente acessíveis e fáceis de encontrar.

A mais recente tecnologia de armazenamento de informação é a cloud drive. A nuvem não é um objeto, mas sim um espaço ao qual os seus utilizadores podem aceder online. Permite o acesso a dados de diferentes tipos de dispositivos e de qualquer lugar. É frequentemente utilizada para trocar grandes ficheiros entre utilizadores que não têm a possibilidade de estar presentes no mesmo local. Além disso, esta tecnologia elimina a possibilidade de danos físicos do dispositivo de armazenamento e de perda de acesso aos mesmos. Como recentemente muitas empresas mudaram as condições de trabalho para a tecnologia remota, a tecnologia de nuvem é cada vez mais popular.

 

Sistemas complexos de tecnologia da informação (TI)

Algumas empresas implementaram sistemas informáticos complexos. Trata-se basicamente de uma rede de diferentes tecnologias criada para arquivar uma melhor comunicação e gestão de dados. O sistema nem sempre é o mesmo. Pode depender das atividades que vão ser realizadas, do tipo de dados processados e dos canais de comunicação utilizados. O sistema mais completo é construído a partir de tecnologias como:

• computação em nuvem;
• infraestruturas virtualizadas: conjunto de elementos definidos por software que constituem a infraestrutura informática de uma organização. Fornece a funcionalidade TI idêntica aos ativos físicos, mas por software, para que as equipas de TI possam atribuir esses ativos virtuais a muitos sistemas atempadamente por uma variedade de necessidades da empresa;
• Big Data: utilizados para descrever a tendência para procurar, adquirir, recolher e processar os dados disponíveis. É um método de recolha de informação de uma vasta gama de fontes, analisando-as e utilizando-as para os seus fins específicos. O resultado é um perfil do consumidor, utilizado para aumentar a precisão do conteúdo entregue. O aspeto mais importante dos Big Data é o processamento de informação, sendo depois utilizada, para aumentar as vendas. Big Data é mais o processo de transformação de informação e a utilização dos resultados do que a própria recolha de dados.
• análise e visualização: este processo utiliza os dados recebidos e apresenta-os sob a forma de gráficos ou qualquer outro formato que permita uma análise mais fácil dos mesmos para obter benefícios específicos em prol das atividades da empresa;
• Internet das Coisas (IoT): refere-se a cenários em que a conectividade em rede e as capacidades informáticas são alargadas a itens, sensores e objetos comuns que não são tipicamente considerados computadores, permitindo a tais dispositivos produzir, partilhar e consumir dados apenas com um mínimo de intervenção humana.

 

Tecnologia das telecomunicações

Uma parte importante do setor das TIC são as telecomunicações. Permite a distribuição de informação em todo o mundo por sistemas como, rádio, satélites, micro-ondas, telefone e outros que não requerem o uso de cabos para encontrar uma ligação entre si. Para criar essa ligação, devem estar instalados três componentes.

O primeiro é o transmissor, responsável pela criação e envio de uma informação. É também responsável por transformar uma mensagem em código que pode ser posteriormente enviado e recebido por outro dispositivo. O segundo componente é o meio, que permite o transporte da informação. À medida que a tecnologia evoluiu, esse meio tornou-se a atmosfera, um sucessor dos cabos tradicionais. Atualmente, não há necessidade de qualquer ligação física. Os dados podem ser transmitidos através do ar e dependem dos dispositivos e da tecnologia utilizada, podendo existir comunicação a longa ou curta distância. Criando algumas questões de segurança, já que o sinal pode ser intercetado e manipulado ao longo do percurso. O último componente é o recetor, sendo também um dispositivo, mas não necessariamente do tipo do remetente. Deve existir sinal digital e forma de o transformar em formato legível para que a pessoa a quem a informação é dirigida a possa ler. As tecnologias de telecomunicação são concebidas para transferir sinais de voz, dados, rádio e televisão. O desafio que esta tecnologia tem de enfrentar prende-se com as questões de segurança, mas também a perda de qualidade que ocorre durante a transmissão.

 

Impacte ambiental das TIC

As questões ambientais são um dos principais problemas que a humanidade enfrenta. O aumento constante das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) é algo que deve ser abordado para garantir que a qualidade de vida na Terra não irá diminuir drasticamente. Infelizmente, o setor do turismo também tem um impacte negativo no ambiente. Há vários fatores que contribuem para esta situação: o esgotamento dos recursos naturais, a poluição ou o impacte físico são apenas alguns. Há uma necessidade urgente de implementar mudanças para transformar o setor e de o tornar mais sustentável.

A implementação das TIC pode ter um grande impacte se for executada globalmente. É um passo importante no sentido da transição para a economia circular. À medida que a tecnologia evolui, o impacte das TIC aumenta. Não só porque os dispositivos mais recentes têm mais execução, mas também porque a utilização de energia diminui. Alguns dispositivos estão mesmo a tornar-se totalmente sustentáveis à medida que começam a utilizar a energia solar para os alimentar. O desenvolvimento de ferramentas TIC pode mesmo permitir eliminar os dispositivos físicos e substituí-los por outros eletrónicos. As TIC também permitem monitorizar a progressão das alterações climáticas e meteorológicas que podem contribuir para reduzir a emissão de GEE e a desflorestação.

As tecnologias TIC, através, por exemplo, de tecnologias de videoconferência, podem reduzir a quantidade de viagens. Graças a elas, a comunicação entre quaisquer lugares do mundo é possível com a utilização de dispositivos e meios de comunicação. Muitas viagens de negócios podem ser substituídas por videoconferência que reduzem significativamente a pegada de carbono. Mas nem todas as reuniões podem ser substituídas por videoconferência. Além disso, é difícil substituir todas as atividades turísticas pelo uso de tecnologias TIC. Embora, ainda possam ter impacte ambiental. O GPS também faz parte destas tecnologias. A sua utilização pode influenciar os comportamentos dos clientes em termos de transporte. A sua eficiência é muito maior, uma vez que as pessoas o utilizam para decidir sobre o seu destino por dispositivos, não de mapas impressos, tendem a encontrar o seu caminho muito mais rapidamente, o que pode reduzir o tempo de viagem e os recursos utilizados para lá chegar. Em relação a isso, os utilizadores de veículos podem utilizar aplicações de estacionamento inteligentes que também reduzem o tempo necessário para encontrar um lugar de estacionamento. Também o acesso à informação dos transportes públicos é muito mais elevado e mais pessoas decidem viajar por este formulário, reduzindo o número de veículos em uso e reduz a pegada de carbono deixada.

Informação turística, publicidade, acordo com agências de viagens, serviços adicionais, tudo o que costumava utilizar muito papel. Agora, estes artigos são entregues aos clientes por dispositivos TIC, que permitem reduzir significativamente a utilização de papel neste setor. Este processo de desmaterialização é responsável pela substituição de materiais por meio de comunicação social, e-ticket ou comércio eletrónico. O setor do turismo não é a único que pode beneficiar do desenvolvimento de ferramentas e dispositivos TIC. Muitos outros têm mudado muitos aspetos, implementando essas ferramentas nas suas atividades. Algumas podem ser aplicáveis globalmente e podem contribuir para diferentes setores em todo o mercado. Influenciar o estado do solo é um dos efeitos negativos do turismo. Mas existem também outras causas para as mudanças no setor alimentar, uma vez que as vagas de calor, tempestades ou inundações têm um grande impacte no trabalho dos agricultores. Com as ferramentas TIC é possível prever melhor o impacte negativo do turismo e de alguma forma tentar evitar que aconteça. Isso pode influenciar a qualidade e os preços dos alimentos em todos os setores, incluindo o turismo. O turismo é também responsável pela produção de uma enorme quantidade de resíduos. As TIC permitem criar cadeias de gestão de resíduos mais eficientes e comportamentos mais respeitadores do ambiente em locais visitados por turistas. Também, quando se trata de resíduos produzidos pelos próprios dispositivos TIC, a disseminação de formas de os reciclar para os materiais poderem ser reutilizados na produção de novos dispositivos pode desempenhar um papel crucial.

Resumo Existem muitos componentes diferentes da tecnologia TIC apresentados neste capítulo. Alguns estão relacionados com hardware e outros com software. Em muitos casos, são complementares entre si e, em conjunto, servem um propósito de comunicação ou de divulgação de informação. É importante aprender a utilizá-los corretamente, tendo a sustentabilidade como principal ponto de enfoque para o ambiente poder realmente beneficiar destas várias dimensões. Perguntas para reflexão: Como podem as ferramentas TIC ter um impacte maior no setor do turismo em termos de sustentabilidade? Quais são os canais de comunicação mais eficazes no setor do turismo?